quinta-feira, dezembro 20, 2007

Paradoxo vital

Final de ano, todos as loucuras do Natal, do Ano Novo, de viagens, compras, um monte de gente indo de lá para cá da cidade, família perdendo a cabeça por causa do preço do bacalhau etc.
No momento em quem mais precisava de energia para fazer tudo o que desejo, ela sumiu. Já foi gasta ou nem pensou em aparecer para me dar uma maozinha. As caras das pessoas ao redor também não me ajudam a tomar coragem. São só lamentos e reclamações!
Não sei se preciso sempre de atenção, mais o final de ano me deprime por me deixar sozinha quando mais preciso de gente me ouvindo, conversando comigo.
É, eu sei que esse texto está uma bosta enorme, mas precisava escrever em algum lugar que não tá legal assim, que eu odeio comemorações demias e a melhor data do mundo é dia 5 de fevereiro, meu dia, só meu e de mais ninguém, comemoração comigo mesma.
É no meu aniversário que eu faço um balanço das coisas boas que aconteceram, coisas ruins deixo de lado, né!
Enfim, sempre me sinto sozinha no meio da multidão. A multidão sabe disso, mas não faz questão de mudar e olhar um pouco para mim. Assim sigo a vida entre momentos depressivos e alegres, não sei dizer qual predomina.
Ótimas festas e não se esqueça do meu aniversário!

terça-feira, outubro 30, 2007

Faz tempo...

Você pode falar,
Eu não vou ouvir.
São só lamentos,
Sentimentos diversos.
Estou longe, distante,
Viajando dentro de mim,
Dentro de minhas questões,
Entre poucas certezas
Que passam a ser dúvidas.
Quando preciso, você se afasta
Ou eu fico repulsiva?
Crio um muro
Para me proteger
E você não entende por quê.
Acredita que tenho que parar com isso,
Mas essa é minha defesa.
Acha que estou fria?
É mais uma arma
Para me afastar da realidade
Que bate sem dó todos os dias.
A distância aumenta
E quando parece diminuir
Empurram-me.
Sou difícil? Brava?
Não, normal e cheia de defeitos.
Eu me adapto aos seus,
Por que você não pode fazer o mesmo
E apenas me abraçar
Dizendo que está tudo bem,
QUe isso vai passar?
Não cobre o que sabe que não farei.
Nem parece que me conhece!
Só diga que me ama
Que o restante se ajeita.
Você sabe que isso passa!

*Paula Cabral Gomes*

quarta-feira, setembro 12, 2007

Quadrilha

João amava Teresa
que amava Raimundo
que amava Maria
que amava Joaquim
que amava Lili
que não amava ninguém.

João foi para os Estados Unidos,
Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre,
Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se
e Lili casou com J.Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

Carlos Drummond de Andrade

Inevitável postar esse poema!

segunda-feira, agosto 27, 2007

Sinal Vermelho

Além de fazer Jornalismo, também faço curtas.
Olha só que maravilha!
Ganho até do Tim Bourton!

sexta-feira, agosto 24, 2007

Último Romance

Ah, mas me deu uma crise de abstinência de Los Hermanos e eu só ouço Ventura agora.
Vê se tem música mais linda...

Último Romance
Los Hermanos

Eu encontrei quando não quis
mais procurar o meu amor
E quanto levou foi pr’eu merecer
antes, um mês e eu já não sei

E até quem me vê lendo o jornal
na fila do pão sabe que eu te encontrei
E ninguém dirá que é tarde demais,
que é tão diferente assim do nosso amor
A gente é que sabe, pequena

Ah, vai
Me diz o que é o sufoco
que eu te mostro alguém a fim de te acompanhar
E se o caso for de ir à praia,
eu levo essa casa numa sacola

Eu encontrei e quis duvidar
Tanto clichêe deve não ser
Voceême falou pr’eu não me preocupar
ter fé e ver coragem no amor

E só de te ver, eu penso em trocar a minha TV
num jeito de te levar
A qualquer lugar que você queira
e ir onde o vento for
Que pra nós dois sair de casa já é se aventurar

Ah, vai
Me diz o que é o sossego
que eu te mostro alguém a fim de te acompanhar
E se o tempo for te levar,
eu sigo essa hora e pego carona
pra te acompanhar...

quinta-feira, agosto 09, 2007

Buzina pessoal

Mais um dia pegando ônibus para ir para onde eu quiser, menos a onde os ônibus não vão. E como sempre o trânsito quase insuportável, se não as pessoas sairiam dos carros e seguiriam seu caminho andando.
- Opa, lá vem o meu, mas está lááááááááá embaixo. Tudo bem, o farol (coisa de paulistano, chamar semáforo de farol) está vermelho mesmo... (Detalhe: o farol demora normalmente um minuto para abrir, mas a partir das seis da noite leva umas cinco horas.)
De repente ouço uma buzina, olho para frente e um homem bonito, bem arrumado, loiro de olhos verdes (até parece que de noite dá para perceber tantos detalhes), dentro de um AUDI roí de forma impaciente as unhas. Penso:
- Ah, foi sem querer, ele não viu que o farol estava vermelho!
Béééééééééé...
- P-U-T-A-Q-U-E-O-P-A-R-I-U... – Várias pessoas no ponto disseram.
Achei que era por causa da demora do farol, mas não, era nosso querido dono do AUDI (provavelmente ouvindo a música que gosta, na temperatura que quer, indo para casa no sossego de seu carro).
Ah, como eu queria que alguém tomasse a iniciativa de linchar aquele carro, não porque eu não tenho um, mas porque aquele príncipe na verdade era um sapo gordo e muito, mas muito feio (nada contra esse tipo de sapo, mas para a sociedade em que vivo isso é um insulto e tanto) e merecia uma lição de realidade. Como pode um ser humano paulistano ainda se incomodar com o trânsito que não transita, com as horas que passam e os quilômetros não.
Eu pego ônibus há anos, já tenho carta de motorista, mas falta uma parte importante: o carro, então, nunca buzinei, só ouvi buzina.
Será que eu seria mais feliz se pudesse buzinar todos os dias? Será que não sou uma pessoa completa por não poder buzinar? Será que serei frustrada para sempre enquanto não buzinar?
Já sei, vou entrar em meu Mercedes Bens (eu e mais umas 100 pessoas) e com minha bela buzina nova, comprada na 25 de março, buzinar a cada carro “lento” na frente. Será que as coisas vão melhorar?
Seria mais fácil eu ficar feliz surda do que com uma buzina (e sem um AUDI).

quarta-feira, julho 25, 2007

sexta-feira, maio 18, 2007

Snow Patrol - Open your eyes

All this feels strange and untrue
And I won't waste a minute without you
My bones ache, my skin feels cold
And I'm getting so tired and so old

The anger swells in my guts
And I won't feel these slices and cuts
I want so much to open your eyes
'Cause I need you to look into mine

Tell me that you'll open your eyes [x4]

Get up, get out, get away from these liars
'Cause they don't get your soul or your fire
Take my hand, knot your fingers through mine
And we'll walk from this dark room for the last time

Every minute from this minute now
We can do what we like anywhere
I want so much to open your eyes
'Cause I need you to look into mine

Tell me that you'll open your eyes [x8]

All this feels strange and untrue
And I won't waste a minute without you

sexta-feira, maio 04, 2007

Três fases...

Primeira:
Ah, se você soubesse como eu fico, não faria assim!
Meu olhos até enchem de lágrimas, mas de vergonha. Prendo-as até secarem.
Não me importo de só ficar olhando, não! Até gosto! A sensação é boa.
Queria poder me aproximar ou me afastar. Não dá! Tenho que ficar parada.
Acho que é melhor!
Segunda:
Céu cinza, chão cinza, mente cinza.
Nem sei mais o que fazer, pensar.
Correr não vai adiantar.
Esfrego as mãos nos lábios,
Olho para o lado.
Quanto dá 52 vezes 1,15?
Fujo de quê, do quê, de quem?
De mim?
Mas não dá!
Ser simpática para mim, para os outros ou as duas coisas?
Filosofia, Jornalismo, Política?
Este poema está tão confuso quanto eu!
Normal!
Terceira:
Pensei que nunca mais nos veríamos,
Que nunca mais nos tocaríamos novamente.
Porém, não de repente,
Nos encontramos
E não deixamos
Que a tempestade alagasse nossos sentimentos.
As lembranças não existem mais,
Deram lugar à presença,
À permanência da luz que antes era tímida
E que agora se destaca.
Só ela dá sentido ao que for preciso iluminar,
Àquilo que realmente interressa para uma passagem.
Passagem intensa e imensa.
*por Paula Cabral Gomes*

quinta-feira, abril 05, 2007

Zine Qua Non especial...


Chegou, finalmente, o ZQN especial de aniversário com páginas a mais para comemorar seu um ano de vida...Nele tem Andrei Muller, Chico Science, Vinicius de Morais, Clarice Lispector e muito mais material.

Aproveite, é grátis...

Peça o seu através do e-mail zinequanon@hotmail.com (coloque ZQN #7 no assunto para eu responder mais rápido).

sexta-feira, março 30, 2007

SILVERCHAIR - YOUNG MODERN


Sim, eles estão de volta e eu estou quase morrendo de ansiedade para ouvir o novo cd dos caras.

Para quem não aguenta esperar e quer saber novidades dos caras, veja esse video no YouTube, santo milagreiro moderno...

http://www.youtube.com/watch?v=9IkCM9Gq8b4

E para se manter antenado, acesse o site oficial dos caras:

www.chairpage.com

Abraços e beijos alegres e empolgados

* Paula *

sábado, março 17, 2007

Mira ela

Mirela queria mudar.
Cortou o cabelo, pintou-o de vermelho, passou lápis nos olhos, comprou uma bolsa grande e dourada, só usa sapato vermelho, muitas pulseiras e brincos grandes.
Não adiantou nada.
Então resolveu trocar de namorado, pintar seu apartamento, mudar de sofá e cortinas, tornou-se vegetariana, passou a tirar os sapatos para entrar em casa e a fazer xixi de porta aberta.
Não agüentou muito tempo e voltou a ser a Mirela de antes.
Agora está sem namorado, sem apartamento, sem cabelo, sem maquiagem, sem vontade de mudar.
Mirela encontrou a janela e achou ser pouco para ela. Resolveu ir ao 23º andar, abrir os braços e saltar.
Pensou que tinha mudado. Tantas pessoas lá embaixo. Provavelmente uma delas a veria mudar de vida.
Ninguém notou. Só sentiram um vento frio passar e ouviram um estrondo no chão.
Mirela não quer mais mudar.
Já chamou atenção demais por hoje.
* Paula Cabral Gomes *

terça-feira, março 13, 2007

ZINE QUA NON no site SUBMARINE RECORDS

Confira as entrevistas com Maurício Takara e com Fred Finelli no Zine Qua Non e aproveite para ver as novidades da Submarine Records.

http://www.submarinerecords.net/

sábado, março 03, 2007

Um

Não sou flor nem espinho
Só preciso do carinho
De alguém que ama
De alguém que canta
Para encantar seu coração,
Seu pulmão, seu pulso
Ainda sinto em meus braços,
Em meus traços
Refletidos estão seus gestos,
Seus afetos que me comovem,
Que me descobrem,
Que me encobrem
De tantos sonhos,
Brilhos, gritos, dedos,
Mãos que acariciam e machucam de paixão,
De tesão pela novidade,
Pela liberdade de tê-lo perto de mim,
De tê-lo aqui tão perto e tão distante
Na estante, lembranças,
Tranças de um tempo que não volta mais
Que não se desfaz,
Refaz e faz a alegria,
A alegoria da vida,
Da subida de degrau em degrau
Que mal me cansa,
Que mal descansa em seu colo
E adoro e decoro os versos escritos para seu sorriso,
Meu gemido de prazer
Por viver o agora, o depois e o antes,
Por viver o sempre
E sempre querer mais
E não ver o fim
O fim de mim.


* Paula Cabral Gomes *

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Amigos

Não há nada melhor do que ser feliz e ter a seu lado amigos especiais que comemorem suas conquistas e brinde a cada sorriso seu.
Obrigada.

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Ana e o Mar

Veio de manhã molhar os pés na primeira onda
Abriu os braços devagar... e se entregou ao vento
O sol veio avisar... que de noite ele seria a lua,
Pra poder iluminar... Ana, o céu e o mar

Sol e vento, dia de casamento
Vento e sol, luz apagada num farol
Sol e chuva, casamento de viúva
Chuva e sol, casamento de espanhol

Ana aproveitava os carinhos do mundo
Os quatro elementos de tudo
Deitada diante do mar
Que apaixonado entregava as ondas mais belas
Tesouros de barcos e velas
Que o tempo não deixou voltar

Onde já se viu o mar apaixonado por uma menina?
Quem já conseguiu dominar o amor?
Por que é que o mar não se apaixona por uma lagoa
Porque a gente nunca sabe de quem vai gostar

Ana e o mar... mar e Ana
Histórias que nos contam na cama
Antes da gente dormir

Ana e o mar... mar e Ana
Todo sopro que apaga uma chama
Reacende o que for pra ficar

Quando Ana entra n'água
O sorriso do mar drugada se estende pro resto do mundo...
Abençoando ondas cada vez mais altas
Barcos com suas rotas e as conchas que vem avisar...
Desse novo amor... Ana e o mar

Fernando Anitelli - O Teatro Mágico

OBS: Paula, sempre apaixonada