sexta-feira, maio 04, 2007

Três fases...

Primeira:
Ah, se você soubesse como eu fico, não faria assim!
Meu olhos até enchem de lágrimas, mas de vergonha. Prendo-as até secarem.
Não me importo de só ficar olhando, não! Até gosto! A sensação é boa.
Queria poder me aproximar ou me afastar. Não dá! Tenho que ficar parada.
Acho que é melhor!
Segunda:
Céu cinza, chão cinza, mente cinza.
Nem sei mais o que fazer, pensar.
Correr não vai adiantar.
Esfrego as mãos nos lábios,
Olho para o lado.
Quanto dá 52 vezes 1,15?
Fujo de quê, do quê, de quem?
De mim?
Mas não dá!
Ser simpática para mim, para os outros ou as duas coisas?
Filosofia, Jornalismo, Política?
Este poema está tão confuso quanto eu!
Normal!
Terceira:
Pensei que nunca mais nos veríamos,
Que nunca mais nos tocaríamos novamente.
Porém, não de repente,
Nos encontramos
E não deixamos
Que a tempestade alagasse nossos sentimentos.
As lembranças não existem mais,
Deram lugar à presença,
À permanência da luz que antes era tímida
E que agora se destaca.
Só ela dá sentido ao que for preciso iluminar,
Àquilo que realmente interressa para uma passagem.
Passagem intensa e imensa.
*por Paula Cabral Gomes*